Existe um número suficiente de compradores super-ricos, "à prova de recessão," para empurrar os preços das melhores obras de arte para níveis ainda mais altos, mas o quadro não é igualmente animador nos setores menos caros do mercado, prevêem especialistas.
E, num mundo em que percepção é tudo, os valores pagos por trabalhos até mesmo dos artistas mais bem cotados do mundo podem cair vertiginosamente se a confiança sofrer um baque.
As duas maiores casas de leilões do mundo, Christie's e Sotheby's, acabam de encerrar uma série de leilões em Londres que renderam mais de 1 bilhão de dólares, mostrando a capacidade de recuperação e resistência da parte mais nobre do mercado, apesar do clima de pessimismo econômico crescente.
A Christie's levantou 552 milhões de dólares em seus leilões de arte impressionista, moderna, do pós-guerra e contemporânea realizados em Londres no verão britânico, enquanto a Sotheby's obteve 449 milhões, faltando apenas um leilão relativamente pequeno de arte contemporânea.
Anders Patterson, fundador da ArtTactic, que monitora a confiança no mercado de arte, comentou: "Na parte superior do mercado, vemos uma combinação de riqueza extrema e falta de investimentos alternativos para esses compradores."
"As casas de leilão estão recorrendo a compradores praticamente imunes à recessão, incluindo indivíduos ricos do Oriente Médio, Rússia e Índia."
Mas a queda nos preços das ações, as pressões inflacionárias e a alta do preço do petróleo parecem estar se fazendo sentir na faixa mediana do mercado.
Ben Crawford, executivo chefe de marketing da MutualArt.com, um serviço online de informação sobre o mercado de arte, diz que o valor das melhores obras de arte continua a subir e discorda da teoria de que os preços podem estar prestes a cair.
O que preocupa as pessoas é a lembrança do crash do início dos anos 1990 no mercado de arte. Comparações são traçadas entre a bolha criada pelas compras por japoneses, naquela época, e a ação agressiva de colecionadores russos hoje em dia.
Petterson, da ArtTactic, é otimista, mas avisou que a psicologia exerce papel importante num mercado em que o valor percebido das pinceladas sobre telas é tudo.
"O problema se dá quando as pessoas que atuam no mercado começam a questionar e a sentir incerteza," disse ele.
"Pode ocorrer um tranco político ou econômico tão drástico que preocupe as pessoas da faixa mais cara do mercado, e então o efeito pode ser como a queda de um castelo de cartas.
Fonte : Globo.com G1 Pop$Art 02/07/2008 - 18h39 -Por Mike Collett-White
Londres(Reuters)
Blog da turma da sala 3
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